quinta-feira, 13 de dezembro de 2012



Carta Pedagógica do I Encontro Estadual das Juventudes Recid Ceará


“É esta a nossa hora e o tempo é pra nós.
Que chegue em todo o canto a nossa voz
Miremos bem no espelho da memória.
Faremos jovem linda a nossa história...”
(Zé Vicente)


“O mais viável é nos referirmos à unidade do diverso da juventude, ou seja, juventudes em movimento.” (Roberta Transpadini)


Estimados(as) Companheiros(as),

Vivemos tempos urgentes. Os últimos anos têm nos revelado e imprimido profundas transformações de cunho social, econômico e cultural, o que afeta, de forma direta e incisiva, a nossa rotina e relações sociais.
Diante de tal leitura, as inquietações e indignações nos impele a lutar em busca da efetivação de um modelo anticapitalista e contra-hegemônico, que para nós, movimentos sociais e populares articulados em rede, se configura e toma corpo num Projeto Popular de Nação.

Para que esse projeto tome corpo, se materialize em ações concretas e cotidianas, precisamos de ousadia e entusiasmo. Precisamos ler e querer este mundo sob a óptica de um/a revolucionário/a. E, quando falamos em inquietação, indignação, entusiasmo, ousadia e mudança revolucionária, estamos falando diretamente da juventude, ou melhor das “juventudes”. Já foi-se o tempo de achar que somos ou seremos o futuro, somos o hoje e o agora. Somos a mudança necessária que vai na contramão das mazelas cotidianas. Não somos, ao contrário do rótulo que nos apregoaram, rebeldes sem causa ou massa amorfa e sem efeito.

Foi com esse pensamento e no intuito de construir e efetivar um diálogo comprometido sobre nossas causas e em fortalecimento às ações relacionadas ao I Encontro Nacional de Juventudes da Recid, que nós, juventudes dos movimentos sociais e populares, realizamos nos dias 07 e 08 de dezembro de 2012, o nosso, também I Encontro Estadual das Juventudes da Recid Ceará, em reconhecimento aos nossos acúmulo e demandas.

Sob os mesmos tema e lema do encontro nacional - Tema: “Juventude e Poder Popular” e Lema: “A juventude construindo a manhã desejada”, que nos conhecemos enquanto turma e percebemos que, embora trilhando caminhos diferentes e com formas diferentes de caminhar, queremos chegar ao mesmo lugar, que é uma nação soberana com o povo consciente, autônomo, livre de qualquer forma de privação, pleno em direitos.

Nossa conversa foi calorosa. Afinamos idéias, nos “alfinetamos”, no sentido de nos auto-provocar e inquietar-se, e isso não nos segregou, ao contrário, nos aproximou e nos estimulou a querer conhecer melhor o outro e dar mais “movimento” a Rede.

Quais são os nossos principais problemas? Em quais lutas militamos? O que entendemos e já fazemos na perspectiva da construção do projeto que queremos? Estas foram algumas questões que nos motivaram durante todo o encontro.

Estamos muito animados. Empenhamos esperança e sinergia nos nossos encaminhamentos, mais ainda, construímos laços, que serão bem mais fortalecidos e estreitados a partir de agora, desta hora onde resolvemos nos somar rumo a algo macro, sem, no entanto, perder de vista quem está do nosso lado, de onde vimos, onde estamos e contra quem lutamos. Não somos ingênuos em pensar que será fácil, mas nos sentimos mais fortes, empoderados da força do Outro que soma e flui em rede. Já somos um Coletivo.

Em diálogo com uma jovem autora e também militante das causas sociais e populares, nos sentimos e evidenciamos como protagonista da formação consciente, como ser e sujeito histórico do nosso tempo, como ser social e que temos consciência de classe.

Encerramos nosso anúncio evidenciando que “diferenças cedem espaço à diversidade em unidade e as experiências conformam um quadro comum neste mosaico de cores, flores, pedras, territórios específicos dentro de um modelo de desenvolvimento geral. Que o popular vira palco da territorialidade do poder, cujo protagonismo compartilhado vai, pouco a pouco, superando as classificações e criando um novo arranjo de sociedade em cujo poder popular dê unidade ao diverso, harmonize as particularidades no todo do projeto de classe, efetive a inclusão real deste grupo na tomada de decisão rumo à implementação da sociedade que se quer”.

Foi esse o sentimento de pertença e crença naquilo que fazemos, enquanto classe, enquanto juventudes, enquanto lutadores/as rumo a construção de uma nova era, de um novo mundo, que já se tinha começado, mas que agora o assumimos enquanto Juventudes organizadas na Recid Ceará!

Gt de Comunicação da Recid Ceará

sábado, 10 de novembro de 2012

II Reunião Ampliada da Rede: Rumo aos nossos 10 anos - Relato do terceiro dia



Bom dia meu povo cearense,

Encerramos agora a Reunião Ampliada. Este último se deu na seguinte mística:

Iniciamos ainda embalados pela noite cultura que foi simbólicamente batizada de “Baião Ampliado” e ritmado por Luiz Gonzaga e a memória e vivência de brincadeiras que nos fez relembrar nosso tempo de criança.
Fomos visitados pela companheira Lígia Maria, do Departamento de Participação Social da Secretaria Geral, promoveu o diálogo acerca dos processos em construção para o Sistema Nacional de Participação Social com foco em torno do diálogo entre Governo e sociedade civil e novas formas e linguagens que potencialize essa interlocução. Na sua fala evidencia a importância da atuação da Recid nesse processo participativo e atribui ao Sistema uma ferramenta de fortalecimento da Democracia.
Depois da exposição da Lígia, abriu-se algumas falas para os educadores(as) questionarem e expor suas leitura de como está se efetivando o diálogo entre os movimentos e suas pautas de luta com o Governo Federal. 

“Hoje não se governa para a sociedade, e sim com ela” Lígia Maria.

Posterior ao diálogo aconteceram alguns informes gerais com interfaces dos estados:

- Informações sobre a Agroecologia (Selvino e Iracema);
- Escola de Formação da CONTAG e lançamento do livro de Oscar Jara (Vera);
- Campanha contra o Uso do Agrotóxico e em Defesa da Vida – todos os estados.

Em seguida avaliamos como se deu o encontro/reunião e finalizamos com um momento de reflexão sobre o que o encontro alimentou e projeta para nossa luta e o que queima em nossos corações e nos intima a caminhar, a exemplo da parábola da Sarça ardente.
E nos despedimos com calorosos e já saudosos abraços!

GT de Comunicação do Coletivo Estadual da Recid Ceará
Gilson Lucena – Região Centro Sul

Reunião Ampliada: Rumo aos 10 anos da Rede - Relato do segundo dia.

Boa tarde gente animada do Ceará,
Vamos ao nosso segundo dia de Reunião Ampliada:
 

"O Nordestino do século
É o nosso rei do baião.
Chegou aquele rebento
seu povo ficou feliz
brilhou a luz de Luiz
Gonzaga do Nascimento
alí naquele momento
iniciando a missão
valorizou seu torão
consolidou este vínculo,
O Nordestino do século
é o nosso Rei do baião!

Iniciamos nossa mística celebrando o Nosso Rei do Baião Luiz Gonzaga, o Nordestino do Século, onde o cantamos em poesia popular.

Em seguida houve a apresentação da Síntese da avaliação do processo político e pedagógico da Recid 2012, resultado do acúmulo das macrorregões, feito no dia anterior e seguida de debate com questões propositivas;

Após o debate e proposições, o grupo se subdividiu nos GT's de Comunicação e Formação; Gestão Compartilhada e organicidade; e Articulação Política, a fim de organizar o Plano de Trabalho prioritário para 2013 tendo como motivação a comemoração dos 10 anos da Recid e em diálogo com o Plano Trienial e as políticas e diretrizes do PNF, assim como também trazer ideias para a comemoração dos 10 anos da Recid em nível nacional, regional e estadual. Este trabalho se deu de forma intensa e comprometida, havendo no período da tarde, a sua partilha e e ajustes em plenária com encaminhamentos coletivos.

No momento da partilha fomos visitados pelo representante do MEC, Arlindo Queiroz, contemporâneo do nosso Patrono da Educação, Paulo Freire, que nos trouxe informações sobre a II CONAE e certificando a garantia de 27 vagas para a Recid.

Passando por esses momentos, tivemos:

- A Equipe Nacional de Gestão trazendo informações sobre o convênio atual/metas estabelecidas, novo convênio e seus desdobramentos, o que será posteriormente encaminhado aos estados via emails;

- O GT da Gestão da Informação  informando os processos em curso, os acúmulos e desafios do trabalho;

- GT de Juventude, com as informações e andamento da preparação do I Encontro Nacional da Juventude RECID.

Em suscintas linhas, o que não dá conta da vivência dialógica e dialética do infindo dia.

GT de Comunicação do Coletivo Estadual da Recid Ceará
Gilson Lucena - Região Centro Sul

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

2ª Reunião Ampliada: Rumo aos 10 anos da Recid.

Bom dia meus/minhas caras Educadores(as) da Rede Ceará!

Como informado anteriormente, estamos vivenciando mais um momento de debate na 2ª Reunião Ampliada: Rumo aos 10 anos da RECID.
Temos como objetivo, a partir do Plano de Trabalho 2012, dos processos políticos e pedagógicos desencadeados, vivenciados pela coordenação colegiada, coletivos estaduais e reflexão em torno da conjuntura, avaliar e planejar para se avançar no planejamento 2013, tendo como motivação a comemoração dos 10 anos da Recid.

1. A pauta de hoje está se desenhando na seguinte forma:
Vivenciamos nossa mística, celebrando o centenário do Nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga. E se tem Luiz Gonzaga e Nordeste, tem luta ritmada a poesia, canção e forró;

2. Conhecemos o Brasil a partir dos educadores de refencia dos estados, CAMP, Comissão Nacional e convidados/as;

3. Fala da Coordenadora de Educação da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Salete, trazendo saudações da Ministra, informaçãoes da configuaração da política nacional de educação em direitos humanos e parceria com a Recid;

4. Análise conjuntura abordando os cenários em torno das eleições municipais, projetos em disputa, desafios postos aos movimentos sociais, tensão entre governo e sociedade, entre outros temas, sob o olhar do MST (Alexandre) e MINC (Carla Dozzi);

5. Debate sobre o sentido de avaliar e planejar para se avançar nos processos pedagógicos e no projeto da Educação Popular com Professor Ricardo Spindola Mariz - Universidade Católica de Brasília;

6. Atividade por Região - reflexão em torno do papel para Recid em 2013:
- Olhar a conjuntura e desafios apresentados;
- O que fortalecemos? Quais desafios se colocam à Recid para 2013 no campo da correlação de forças? Como avançar a partir dos cenários e desafios?
- Quais nossas motivações para 2013 além dos 10 anos da Recid?

7. Roda de conversa em torno do Teatro do Oprimido com Geo Britto - Centro do Teatro de Oprimido do Rio de Janeiro.

Informo que estaremos em constante comunicação, e esperamos que ela realmente se efetive como a pensamos e queremos: comprometida, portanto dialógica.

GT de Comunicação do Coletivo Estadual
Gilson Lucena.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Uma Rede sempre em movimento popular!



Carta Pedagógica II - Recid Ceará
Ceará, Setembro de 2012
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (Gaudium Et Spes).

Querida(o)s Companheira(o)s de luta,

Sonhos, luta e conquistas!

No Evangelho narrado por Marcos, Jesus nos interpela “sois sal da terra e luz do mundo” (MT 5, 13-14).  Como discípulos e missionários de Cristo devemos fazer a diferença.
Esta afirmativa nos faz sentir corresponsáveis pela gestação de uma nova civilização que esteja fundamentada na defesa incondicional da vida que promova a justiça, que viva a sustentabilidade e seja fraterna em suas relações.
Partindo desses princípios e convocados pelos desafios que as eleições nos imprime, nós, Educadores e Educadoras da Recid Ceará, juntamente com outros sujeitos da sociedade, como pastorais sociais, sindicatos, associações comunitárias, paróquias, dioceses, professores e universitários, entre outra(o)s,  fomos motivados a vivenciar e construir, em coletividade, um rico período de articulações, mobilizações, debates e proposições em busca da efetivação de um outro projeto de Estado, de desenvolvimento e de vida, que para nós, figura na construção de um Projeto Popular de Nação.
       O que nos motiva e nos une é este sonho de uma efetiva cidadania e a busca por um bem estar social pleno, o que se concretiza na pratica do bem viver, que está na contramão do modelo capitalista de desenvolvimento em curso. Especificamente neste momento, o fio que nos entrelaçou foi a preparação e vivência dos grandes eventos sociais contemporâneos, como o 18º Grito dos Excluídos (18º GE) e a 5ª Semana Social Brasileira (5ª SSB) que, inclusive, foram pautados pela Recid no seu Plano Político, Pedagógico e Organizativo para o triênio 2012-2014, a fim de potencializar as articulações e mobilizações com os movimentos e pastorais sociais.
A ideia central da 5ª SSB que tem como tema “A Participação da sociedade civil na democratização do Estado Brasileiro - Estado para que e para quem?” e lema “Novo Estado, caminho para nova Sociedade do Bem Viver” é discutir e fortalecer o processo de democratização do Estado, compreendendo melhor a realidade que temos, explicitando o ideal que queremos, identificando e criando os meios de democratização do Estado brasileiro. Concomitante a isso, como caminhos para esta transformação/democratização, realizamos o nosso Grito dos Excluídos, que traz como tema “Queremos um Estado a serviço da Nação que garanta direitos a toda população!”, ecoando, em várias cidades do Ceará, em alto e bom som,  os nossos anseios, medos, violências sofridas e a negação dos direitos sociais básicos, que nos coloca em situação de opressão e exclusão.

A maioria dessas realizações se deu na dinâmica de seminários e manifestações de rua, precedidos por um amplo processo de articulação e mobilização iniciados nas comunidades (micro), passando por momentos municipais, que se direcionavam para as microrregiões/dioceses (macro). Contudo as análises/leituras se deram conjunturalmente, mantendo o olhar local, mas sem perder de vista o foco global enquanto estado, nação e planeta, pois, ao mesmo tempo que somos aldeões, somos também planetários.

As discussões foram latentes. Embora, as realidades estejam dentro deste modelo, ao qual negamos veementemente, algo se pôde observar de novo. Novos olhares se misturaram aos velhos e enxergaram coisas diferentes, ou melhor, as mesmas coisas foram vistas de um outro jeito. Os diálogos foram sempre propositivos, com deliberações e encaminhamentos coletivos, em prol de um bem comum. Comum também foi a forma de comunicar nossos acúmulos através de cartas pedagógicas, com escrita simples que realmente se faça entendível a todos os destinatários. Em meio a tantos olhares e reflexões que se projetavam cada vez mais numa única direção, uma certeza: a de que a mudança não será possível, enquanto não propagarmos e efetivarmos um outro jeito de gerir o Estado que temos, enquanto não mudarmos esta forma de Democracia representativa, enquanto os nossos direitos estiverem  apenas no papel e não conseguirmos com que os maus políticos saiam, também da sua “situação de opressão”.

 A 5ª SSB e o 18º GE não só nos intima a pensar no que fazer para que o Estado, de fato, sirva ao bem comum, garanta os direitos econômicos, sociais, políticos e culturais de todos, começando pelos pobres e oprimidos. Eles nos direcionam a uma “medida de ordem democrática de uma nação” e o critério de fidelidade e comunhão com Deus (Mt 25, 31-46).

De igual forma, não pensem que o diálogo foi fácil. O terreno era/é sinuoso demais. Os obstáculos enfrentados foram/são muitos. Dialogar o Estado que temos e o que queremos, num estado onde o atual modelo de desenvolvimento tão propagado por “Ele”, tem como base, os grandes projetos, financiados todos ou em parte, pelos governos: Transposição do Rio São Francisco, Transnordetina, Siderúrgica, Termelétrica, Mineração, Agronegócio, entre outros. Todos chegam às comunidades prometendo melhorar a vida das pessoas, mas o que temos visto é a expulsão das famílias de seus territórios de origem e a negação do direito dessas pessoas. Não fica muito difícil entender a serviço de quem está este Estado: Desenvolvimento para que e para quem?

O modelo de desenvolvimento que faz o Ceará ser o 2º em crescimento econômico entre os estados do Nordeste, não tem se traduzido em melhoria na qualidade de vida da população mais pobre. Vimos que na região Centro Sul, nos 19 municípios que compõem a Diocese de Iguatu, ainda temos, segundo o IBGE, uma população de aproximadamente 250 mil pessoas vivendo em extrema pobreza. Logo, o atual modelo, continua a beneficiar uma privilegiada camada da população, os donos do capital. Para a maioria, fica a precarização das Políticas Públicas e as políticas compensatórias na área da assistência social. As reflexões feitas nos municípios, bem como nos seminários, nos mostraram quão ausente é o Estado na garantia de nossos direitos fundamentais.  Mesmo com esta constatação, ainda foi/é difícil abordar assuntos como as políticas de transferência de renda, como “as bolsas assistenciais” do governo; das Leis da Ficha Limpa e 9840, com candidatos que mesmo sendo flagrados e comprovadamente corruptos, exercendo seus mandatos e pleiteando outros, entre outras barbárie; com uma população carente, em situação de vulnerabilidade social, com o agravante da grande seca que enfrentamos e em pleno processo eleitoreiro, com candidatos fichas-sujas e compras de votos, foi/é árduo, é conflitante para os muitos que passam fome, que sobrevivem dia a dia, que estão ainda a mercê dos neos-coronéis, dos favores e do apadrinhamento. Muitos não continuaram no processo, mas alguns poucos são as sementes para colheita que em breve virá, como os jovens do Levante Popular da Juventude, que se somaram a nós em algumas regiões, principalmente na região Centro Sul, onde estão se fixando a pouco tempo.
O processo desvelou, a muitos, a realidade de um Estado a serviço de poucos, e nos impôs a necessidade de continuar nossas reflexões sobre o Estado brasileiro, construído ao longo desses mais de 500 anos, e trabalhar pela edificação de uma nação igualitária, solidária e comprometida com a vida. Trabalharemos na construção de um Projeto Popular para o Brasil, para que o povo brasileiro possa verdadeiramente interferir nos rumos de seu País.

Queremos um Estado a serviço do povo brasileiro!

Um outro forte e bem sucedido acontecimento que nos marcou neste período foi a construção e realização da 2ª Semana dos Movimentos Sociais do Cariri, dos dias de 17 a 23 de setembro de 2012. Com o Pau D'arco amarelo iluminando, com sua florada, o cenário esquálido da caatinga castigada pela estiagem, a aridez do solo, a escassez d'agua e a esdrúxula campanha eleitoral a nos acometer, mesmo assim não nos impediu de firmarmos nosso compromisso como lutadores do povo. A discussão e os encaminhamentos se firmaram em torno da Campanha Permanente de Combate aos  agrotóxicos (criação do comitê cearense), o impacto dos grandes projetos, a história local nas escolas publicas e privadas (seminário para elaborar política de educação contextualizada), e a realização da 13a. Romaria do Caldeirão do Beato Zé Lourenço (ecos do caldeirão, a luta do povo romeiro simbolizada na mística do toré indígena).
Outras realizações e lutas aconteceram, a citar a economia solidária, onde nos encontramos com empreendimentos, pessoas e entidades ligadas diretamente ao movimento que vem debatendo o marco legal da Socioeconomia Solidária, bem como os preparativos para a V Plenária Nacional de Socioeconoimia Solidária que acontecerá de 9 a 13 de dezembro de 2012, em Luziânia, que contará com a participação e contribuição de Educadores e Educadoras da Recid Ceará.
A insatisfação e indignação de como se gere as eleições, nos conclamou a integrarmos, em alguns municípios, as comissões de ética de mediação de debates entre candidatos.
Ainda, continuamos acompanhando os projetos em Agricultura Camponesa nos municípios de Crato, Altaneira, Potengi, Araripe e Assaré; marchamos, cotidianamente, pelo Parto Humanizado; acompanhamos amorosamente aos grupos de tradição da Cultura Popular; continuamos com processos formativos com a juventude nos espaços rurais e periféricos e, em constante luta pelo empoderamento e cidadania dos menos favorecidos.
São esses, entre inúmeros outros, embates cotidianos que o Capitalismo nos impele e dos quais não podemos fugir, que nos indigna, nos inquieta e fortalece a nossa luta, nos enchendo de esperança abrindo caminhos para a construção do PODER POPULAR, que legitimará o nosso projeto para o Brasil.
 Somos o resultado de nossas escolhas!

Nesta afirmativa e com a certeza do vosso compromisso,
Desejamos um esperançoso e caloroso abraço cearense a toda(o)s!

Rede de Educação Cidadã do Ceará