sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Recid Ceará realiza evento em comemoração ao seu aniversário de 10 Anos.

 


“O saber da história como possibilidade e não como determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. (...) Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar - Paulo Freire – Pedagogia da Autonomia.

A Rede de Educação Cidadã é uma articulação de diversos atores sociais, entidades e movimentos populares do Brasil que assuem solidariamente a missão de realizar um processo sistemático de sensibilização, mobilização e educação popular da população brasileira, principalmente com as famílias em situação de vulnerabilidade social, promovendo o diálogo e a participação ativa na superação da miséria, afirmando um projeto popular, democrático e soberano de nação.

Nascida em 2003 e presente hoje nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, a Recid, em 2013, portanto, comemora sua primeira década de existência. Nosso ser e fazer reconhece que “o trabalho de base, aquele que se dá no dia a dia com o povo, partindo de sua realidade concreta e de suas necessidades”, é capaz de transformar as estruturas da nossa sociedade, tão injusta e desigual. Temos consciência que precisamos ousar mais, avançar em muitos pontos, mas também que, estes 10 anos, figuram ganhos para a causa popular rumo a construção do nosso horizonte político que é empoderar e povo a partir da mobilização, formação e do enfrentamento contra-hegemônico.       

Neste ano, bastante representativo e simbólico, vivenciamos, em todas as nossas atividades a mística da militância e da esperança dos nossos 10 Anos: Sementes e frutos da Educação Popular.

No estado do Ceará sinergizamos nossas forças, nos dias 06 e 07 de dezembro, no município de Acopiara, fazendo memória as pessoas, utopias e ações que fizeram parte dessa construção (sementes e frutos destes 10 anos) e projetamos os nossos sonhos em direção ao que acreditamos como ideal de nação, de sociedade, os nossos devires (sementes e frutos para nova safra).

Forma 02 dias bem intensos. No dia 06 realizamos no Núcleo de Artes municipal uma Roda de conversa sobre a educação que queremos com representantes da sociedade civil e uma oficina formativa com a juventude sobre Cinema e produção audiovisual com o educador Edinaldo Felipe (Cine Cururu – Fortaleza), que dialogou e capturou imagens sob a ótica do mesmo tema da roda de conversa (a educação que queremos). Aliás, esse foi o mote de toda a nossa comemoração: qual é mesmo a educação que queremos, em detrimento, mas considerando os avanços da que temos?

Dia 07 realizamos em parceria com o Liceu de Acopiara, a quem agradecemos de pronto, a toda a sua equipe de funcionários, professores, núcleo gestor, grêmio estudantil e demais alunos, várias oficinas temáticas como:

Oficina de Teatro com Dallva Rodrigues/Grupo Cena’s de Teatro de Limoeiro do Norte;

Oficina sobre Juventude: motivação, políticas públicas e poder popular com Wesley Rodrigues/Bote Fé na Juventude/SENAC, Gilson Lucena/Movimento Ceará/Recid e Marconi Dias/Cáritas Diocesana de Iguatu;

Oficina de Produção de Sabonete com Maria/Pastoral da Criança de Cariús;

Oficina sobre Juventude e Negritude – Laelba Batista/Grunec (Tarde);

Oficina de Danças circulares com Jorginho/Movimento de Juventude e;

Oficina de Estaparia em Camisetas com Kadu/ESCUTA.

Cada uma destas oficinas tinha a proposta de produzir, transversalmente ao tema, uma apresentação em agitação e propaganda para compor a noite onde, na ocasião, foi realizada a I Ciranda Estadual de Educação Popular do Ceará no estacionamento do LICEU, que contou as produções das oficinas, falas significativas dos educadores sobre a educação que queremos, exibição do vídeo “Vamos lá fazer o que será” da Recid, apresentações locais como capoeira, teatro, caretas e show artístico.

Foi uma bela festa comemorativa feita a muitas mãos e corações como as de Sônia Taveira (APEOC) Messias Peinheiro (AVAL), Helinho (Sec. de Cultura de Acopiara), Equipe LICEU, educadores da Recid e parceiros (Edinaldo Felipe, Gilson Lucena e Antonio Soares – liberados; Wesley Rodrigues, Marconni Dias, Jorginho, Maria, Kadu, Dallva Rodrigues – educadores voluntários).    

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013


Carta Relatório do 3º Módulo da Escola de Formação em Educação Popular da Recid Ceará.

 

 

“Sou parteira e benzedeira

Minhas mãos, ponte para o mundo da luz,

Me deram também o poder de rezar

Sou rezadeira e há muito tempo que vejo

Surgir da bolsa d’água um pingo de gente”.

Manoel Leandro e Junior Santos

 

Humanizar as relações sociais em contato com o mundo e em todas as suas dimensões (afetiva, cognitiva, socioambiental, cultural, política, ética e transcendental), a partir de uma metodologia que garanta a expressão de diferentes linguagens e simbologias é o 3º princípio do nosso Projeto Político Pedagógico (PPP), instrumento vivo e sempre presente nas nossas práticas cotidianas que aponta para a ampliação do horizonte político que entendemos como o ideal para a sociedade brasileira. Foi instigado por esse princípio, que se entrelaça a vários outros do PPP da Recid, que objetivamos no 3º módulo da nossa Escola de Formação em Educação Popular, dialogar sobre “A contribuição da arte e da cultura para a construção do Estado que queremos!”.

Esse 3º módulo aconteceu no período de 29 de novembro a 01 de dezembro de 2013 no Espaço Frei Tito de Alencar (ESCUTA), Fortaleza/CE, onde, juntamente com a Professora Ângela Linhares (UFCE), sensível ativista da cultura popular, vivenciamos a mística do encontro e do espaço que pulsa e transpira cultura. Dialogamos e fomentamos, tendo como elemento motivador a arte e a cultura, pelo viés do nosso autoconhecimento e autoconstrução, sobre a construção que somos, evidenciada pelo relato das experiências significativas que nos tinham trazidos até aquele momento (memórias do que fui até hoje). Então, nos entendendo como movimento que dão movimento a toda a estrutura da sociedade, nos propusemos a enxergar, a olhar o todo que compomos a partir do nosso ser e fazer subjetivos, mas inseridos na coletividade social. E assim, nos entendemos sujeitos/espaços em transição, em constante transformação, capazes de projetar o futuro que queremos ser e que queremos ter. O nosso Devir de sociedade. Essa auto-reflexão nos direcionou para a conclusão que as mudanças internas, subjetivas de cada ser social que somos, impactam diretamente nas mudanças estruturais que queremos para o Estado que temos. 

De posse desse acúmulo, nos propusemos a interlocutá-lo com o movimento/balanço intencional do nosso Fazer (metodológico) e Ser (político) da Recid. Dialogamos a essência do nosso Ser e Fazer, os nossos anúncios e denúncias indo de encontro aos nossos anseios utópicos, buscando e empreitando o inédito viável social, os nossos “devires”. Então em grupo problematizamos: Como, a partir da nossa transição/construção/transformação pessoal (Produção de Sentido/subjetivo) e social e entendendo a cultura como produção simbólica ligada à vida, podemos contribuir, enquanto movimento em rede, para o empoderamento e as mudanças estruturais no Estado (que temos e queremos)?

 

Evidenciamos que esse debate nos rendeu um excelente material propositivo para o nosso trabalho em rede.

 

Após esse momento de proposições, ocasionamos o espaço para apresentar, sistematizar e refletir sobre as2. O que você identifica como uma manifestação cultural característica de sua comunidade ou grupo?
3. Essa(s) manifestação(ões) é valorizada, será que daqui a 100 anos ela continuará sendo praticada?

Observação: Como a proposta do módulo é a cultura na perspectiva da educação popular, vimos ainda no momento presencial, a importancia de não somente desvelar a realidade da cultura nas nossas comunidades/grupos, mas também a necessidade de intervir, se inserindo no processo de culturalização, que pressupõe interagir com a essencia ideológica do nosso povo.
2. O que você identifica como uma manifestação cultural característica de sua comunidade ou grupo?
3. Essa(s) manifestação(ões) é valorizada, será que daqui a 100 anos ela continuará sendo praticada?

Observação: Como a proposta do módulo é a cultura na perspectiva da educação popular, vimos ainda no momento presencial, a importancia de não somente desvelar a realidade da cultura nas nossas comunidades/grupos, mas também a necessidade de intervir, se inserindo no processo de culturalização, que pressupõe interagir com a essencia ideológica do nosso povo.2. O que você identifica como uma manifestação cultural característica de sua comunidade ou grupo?
3. Essa(s) manifestação(ões) é valorizada, será que daqui a 100 anos ela continuará sendo praticada?

Observação: Como a proposta do módulo é a cultura na perspectiva da educação popular, vimos ainda no momento presencial, a importancia de não somente desvelar a realidade da cultura nas nossas comunidades/grupos, mas também a necessidade de intervir, se inserindo no processo de culturalização, que pressupõe interagir com a essencia ideológica do nosso povo.
manifestações culturais existentes e valorizadas nas regiões/grupos, pesquisadas durante o tempo comunidade. essas eComo a proposta do curso é a educação e a cultura na perspectiva popular, não nos limitamos só ler e desvelar da realidade, mas também buscar nas nossas ações, nos inserir nos processos de culturalização, interagindo com a essência ideológica do nosso povo.

Foi uma riqueza ver a interação entre as diversas manifestações. Dramistas, benzedores e parteiras tradicionais foram alguns personagens da nossa cultura que apareceram. O institucional também ganhou destaque com as apresentações da dificuldade que ainda é interagir a cultura pra dentro desses espaços. Manifestações que resistem ao tempo como o reisado, a dança de São Gonçalo, a cultura quilombola também apareceram para serem contempladas no nosso momento. Foi bonito de ver as teorias se concretizarem em práticas reais.

Para coroar esse dia, tão rico e belo, no período da noite, houve a vivência cultural com a soma das várias manifestações culturais do nosso estado.

No nosso último dia, reafirmamos nosso compromisso com a causa da Educação Popular, trazendo nossas agendas, anunciando e denunciando o que aconteceu nos nossos espaços e o que ainda estariam por vir. Planejamos objetivamente o 4º módulo da nossa Escola (informações nos encaminhamentos) e nos avaliamos.

Encaminhamentos para o 4º módulo:

Local: Comunidade Chico Gomes (Crato);

Data: 07 a 09/02/2014.

Atividades do Tempo Comunidade:

·        Ler cartas a Cristina (as 10 primeiras) e a partir delas escrever uma carta apresentando 03 situações que o motivou a participar da Recid – individual/cada participante;

·        Realizar formação com os grupos culturais nas regiões, abordando os temas dialogados nos módulos anteriores. Dar preferência aos grupos/manifestações já pesquisados – coletivo/por grupo ou região.