quinta-feira, 27 de junho de 2013



1º Encontro das Associações Comunitárias e Movimentos Populares de Cariús – Julho de 2013.

“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz,
de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática.”
(Paulo Freire)

Amigos e amigas cariuenses,

“É missão de todos nós...”

A vitória de todos está na voz, nas mãos e na vontade de cada um!
Certos desta verdade e acreditando no desejo de todos em melhorar sua situação de vida e a garantia dos nossos direitos com a implementação das Políticas Públicas, CONVIDAMOS VOCÊ para um importante encontro de FORMAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, neste dia 12 DE JULHO, das 07h30min ás 13h, no Salão Paroquial, situado á Praça da República, 32, Centro.

Na oportunidade estaremos dialogando sobre o que pensamos, o queremos e o que devemos fazer para efetivar nossa cidadania e sermos verdadeiros cidadãos e cidadãs ativos(as).

Certos do vosso compromisso e zelo com a causa de todos, que é antes sua, agradecemos e desejamos um excelente encontro para todos(as)!

terça-feira, 4 de junho de 2013



1ª Reunião Ampliada da Recid em 2013

“Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas.”
(Mário Quintana)


Com o objetivo de, a partir da análise de conjuntura sobre os direitos humanos no Brasil, qualificar o planejamento na Recid (nacional, macrorregionais e estaduais), bem como definir as estratégias e passos para a construção da Política Nacional de Educação Popular e a celebração dos 10 anos da Recid em 2013, nos reunimos na Cáritas Brasileira – Brasília/DF, no período de 30 de maio a 02 de junho de 2013.
Inspirados e motivados pela assertiva de Eduardo Galeano, que diz: “Recordar: do Latim re-cordis, voltar a passar pelo coração”, relembramos as pessoas, as idéias e utopias, e os acontecimentos que tramaram e construíram esta Rede ao longo dos seus 10 anos. Foi um momento de fechar os olhos, relembrar nossa história e os muitos e muitas que idealizaram, que empreitaram essa grande articulação, muitas vezes com sangue, suor e lágrimas. Lembramos de João Santiago (CE/PR), de Isabel (Se), Chico (DF), Frei Beto, equipe do IPF, Ana Gusmão (PE), entre outros/as tantos/as que se doaram e continuam ainda nas lutas que entrelaçam a Recid. No campo das idéias e utopia, relembramos que esta rede foi criada para “saciar a sede de beleza”, para construir o poder popular a partir de uma educação crítica, da dialogicidade, da gestão compartilhada que geram a transformação do indivíduo em sujeito, porque “o povo que ousa sonhar, constrói o poder popular” e efetiva o Projeto Popular para o Brasil. Os nossos acontecimentos foram muitos Programa Fome Zero, elaboração do nosso PPP, construção das cartas pedagógicas, I Encontro Nacional de Gestão, I Encontro NE das Juventudes, I Encontro Nacional da Juventude Recid, Cirandas de Educação Popular, e tantos outros realizados pela Rede destes 10 anos.       
Ainda em clima de mística, nos voltamos para os símbolos dispostos no centro do circulo. Para fazer analogia á caminhada da Recid, aos seus inúmeros vôos, com subidas e descidas rumo ao horizonte almejado, canalizamos nossos fogos espirituais e de luta para fazer a pipa da Recid subir e subir, permanecendo no alto, e com ela elevar nossos sonhos, intenções e realizações.
Depois de conhecermos nossa programação, nos encontramos enquanto macrorregiões para realizar análise de conjuntura, com recorte sobre a realidade dos direitos humanos e sociais no Brasil e os desafios da Educação Popular, tendo como um dos referenciais o texto de Paulo César Carbonari do Movimento Nacional de Direitos Humanos. O debate se encaminhou, mas também se extrapolou, a partir das questões: Destaque de 02 ideias centrais do texto que dialogam com a realidade dos estados/regiões, relato/observação de como os direitos humanos se expressam na nossa realidade, e como aparecem nos planejamentos estaduais. Esse momento foi importante por possibilitar um olhar sobre as atividades da Rede a fim de qualificá-las e evidenciar o nosso trabalho em direitos humanos. Observamos que para a Rede os direitos humanos são entendidos como indivisíveis, universais, interdependentes e que devemos pautar e potencializar esse debate nos espaços de militância/participação popular (fóruns, conselhos, comitês, conferencias) e no trabalho de base.

Ainda em análise da nossa conjuntura, participamos de uma roda de conversa com Gabriel (Biel) dos Santos Rocha – Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e depois seguimos para retomar o nosso Plano de Trabalho Recid 2013, por macrorregião e Círculos de Cultura sobre o olhar para os planejamentos estaduais. Com isso produzimos um olhar coletivo sobre o processo de planejamento, apresentando os desafios e ações centrais, avanços, limites e lacunas, no que diz respeito a nossa atuação no recorte dos direitos humanos, assim produzindo uma síntese nacional dos processos.
O nosso segundo dia de encontro se configurou numa Conferência Livre, junto ao MEC, dentro da Plataforma das Redes Sociais da 2ª CONAE. O iniciamos contemplando o vôo da nossa “pipa” e refletindo sobre o que a ameaça e o que a faz subir.
O mote para este dia, foi a discussão sobre a Educação Popular enquanto Política Pública e as nossas táticas para pautá-la na CONAE. Para tal, começamos fazendo o resgate histórico, retomando e contextualizando o processo assumido pela Recid nestes 10 anos e depois colocamos na roda as problematizações e reflexões em torno desse grande desafio, que é construir uma política nacional de educação popular, assunto este mediado pelos intelectuais, Moacir Gadotti (IPF) e Osvaldo Bonetti (MS), que, a partir de suas experiências, foram indicando caminhos para institucionalização do nosso ser/fazer pedagógico/metodológico em política de Estado. Algo que ainda não chegou ao coração de todos que formam o coletivo múltiplo e diverso desta rede.
Em seguida, Arlindo Queiroz (MEC) trouxe o contexto da 2ª CONAE, com enfoque para a Educação Popular, o que nos direcionou para criar táticas de atuação para dentro da conferência. Então fomos aos grupos trabalhar o seguinte:
O que a Recid compreende por uma Política de Ed. Popular?
O que a Recid quer disputar com a política?
Que estratégias para avançar na sua construção?
Estratégia da Recid na CONAE?

Concluindo este debate nos trabalhos de grupo, apresentamos os acúmulos e fizemos as amarrações finais em plenária.
Finalizamos este dia com a já tradicional noite cultural, animada por um trio de nordestino que a conduziu com muito forró, risos e poesia.
O nosso último dia de encontro, já com gosto de saudades, foi destinado ás idéias de comemoração e celebração dos 10 anos da Recid. Começamos com o relato da síntese dos trabalhos do dia anterior e depois nos aproximamos, ainda mais, aos nossos pares para cochichar sobre o que os estados estão pensando/realizando para este ano tão significativo. Dos cochichos, e a partir das questões, frutificaram as seguintes idéias:
·        O sentido da celebração dos 10 anos da Recid é...
Caráter de fazer memória, balanço dos avanços e conquistas dos 10 anos
·        Não ter apenas a celebração, mas que seja um momento de revisão da história e de pensar os próximos 10 anos.
·        O sentido celebrativo é fazer homenagem a todos educadores/as que passaram pelo espaço da Rede;
·        Fazer memória daqueles/as que estiveram conosco e estão no plano espiritual;
·        Dar visibilidade às ações da Rede;
·        Fazer memória de ações significativas neste tempo, com o olhar para a caminhada e ver que legado ela deixa enquanto contribuição quanto ao projeto popular.
·        Retomar e avaliar a caminhada – longa caminhada, muitos avanços e discussões – o que a Rede fomentou – onde estão as pessoas; o que a Rede significou e significa para estas pessoas – as marcou e marca hoje na sua atuação nos diferentes espaços?
·        Aproveitar o mote dos 10 anos, para fazer uma discussão sobre a atualidade do Projeto Popular e o modelo de desenvolvimento que a gente quer construir junto a outros movimentos; celebração e análise em torno do que avançamos e do que acredita que pode avançar mais.
·        Os 10 anos da Recid se situam no campo do balanço de outras tantas ações: 10 anos de Governo, 10 anos do Mova Brasil, 10 anos da Seppir, 10 anos da educação popular e saúde; 10 anos do Brasil de Fato.
·        Que não seja apenas 1 dia de formação, mas de celebração e dar visibilidade para a Rede;
·        Criar pequenos vídeos sobre o que a Rede fez e que impacto na vida das pessoas;
·        Os 10 anos representam a luta, a resistência, construção coletiva e a “nascitura” de uma Rede pé dentro e pé fora.
Enquanto propostas no plano estadual, macro e nacional:

Estadual
·        Que no processo da realização das Jornadas considere os momentos celebrativos e de homenagens;

Macro
·        As celebrações estaduais culminem nos encontros macros.
·        Oeste realizar novamente o Ocupa Centro-Oeste, em setembro, no encontro o tema: Conquistas da Recid frente ao modelo neodesenvolvimentista.
·        Realizar 10 dias comemorativos, em sintonia, simultânea em todo país, com atividades de rua: agitação e propaganda, em torno do modelo de desenvolvimento para os próximos 10 anos – conquistas, desafios e perspectivas do novo ciclo que está começando.
Nacional
·        Teatro do Oprimido, se for realizado no tempo previsto, pensar uma peça sobre os 10 anos;
·        Resgatar os educadores que passaram pela Rede e fazer vídeos com perguntas memória: o que a Rede significou para eles/elas?
·        Ato junto à outras políticas que também estão celebrando 10 anos, chamando um seminário para fazer balanço destas práticas e não apenas da Recid.
·        Celebrar com um ato na Conae.
·        Pensar noites comemorativas mais temáticas na Ciranda.
·        Criar Dia “D” de ações simultâneas de celebração e lutas em todo país . Proposta de ser “Ocupa Brasil”, cartas pedagógicas para serem distribuídas neste dia. “Ocupa Proposta de que o “Ocupa Brasil” seja realizadas, dia 19 de setembro, uma audiência Pública, convidando outros parceiros, sobre a Política Pública de Educação Popular . Proposta de data 19 de setembro (aniversário do Paulo Freire, patrono da Educação Brasileira).
·        Desenvolver uma estratégia de atuação das Redes Sociais, nos 10 anos da Recid – o que ela acumulou e o que ela defende, dando visibilidade às ações e às pautas do campo popular – democratização da comunicação, Campanha contra a redução da idade penal, campanha nacional pela liberdade para expressar, despolitização da educação pública.
·        Festival de cultura popular.
·        Pensar uma matéria no Brasil de Fato, sobre os 10 anos, com recorte para a contribuição da Recid no projeto popular.
·        Ato celebrativo na Ciranda.
·        Fazer vivência celebrativa, no contexto da educação popular, com a dimensão da cultura popular, em Angicos, na celebração dos 50 anos da experiência de Angicos, celebrativo junto ao povo.
Como últimos acontecimentos:
·        CAMP apresenta balanço geral do último convênio e os resultados da gestão da informação, da proposta da cartilha Educação Popular e Direitos Humanos;
·        Acompanhamento, monitoramento e avaliação do atual convênio com ênfase nos estados, apresentação do Caderno de Gestão, em linhas gerais (Marcel);
·        Organicidade: Solicitação dos nomes de referências estaduais da gestão, comunicação e pedagógico.
Encerramos a reunião com a avaliação do encontro e celebramos, mais uma vez, o fogo que somos, e o doamos em forma de beijo aos/às nossos/as companheiros/as.

Recid Ceará – Gt Pedagógico.

sábado, 1 de junho de 2013

Recid em apoio a luta do povo Terena - MS.

Carta Terena à sociedade: porque estamos retomando nosso território Buriti 

 

Nós somos o povo Terena da Terra Indígena Buriti. Mais de 100 anos atrás, nós fomos expulsos daqui pela ambição do homem branco. Há 15 anos nós lutamos para retomar nosso território tradicional.

Nessa luta fomos novamente expulsos da nossa terra em muitas ocasiões. Agora querem nos expulsar mais uma vez. Escrevemos essa carta para explicar à sociedade porque estamos lutando pela nossa terra, porque retomamos nosso território.

Hoje, somos 5 mil pessoas confinadas em menos de meio hectare cada. Dos 17 mil hectares declarados como território tradicionalmente ocupado por nós Terena em 2010 pelo governo federal, temos a posse de apenas 3 mil. Os outros 14 mil hectares estão ocupados por 25 fazendas.

Nesta semana, nós retomamos a fazenda Buriti, a fazenda Cambará, a fazenda Santa Helena e a sede da fazenda Querência São José, abandonada há anos - todas incidentes sobre nosso território.

Nós retomamos essas terras porque elas são nossas e porque não temos terra para plantar.

Nosso povo planta muito. Nas nossas retomadas, temos 350 hectares plantados de mandioca, milho, batata, feijão de corda, cana, abóbora, melancia, eucalipto, maxixe e banana. É assim que vivemos e trabalhamos. Vocês conseguem imaginar como seria ficar mais de um século sem sua terra? É assim que nós estamos.

Todas as vitórias que conquistamos foram fruto da nossa luta, das nossas retomadas. Sabemos que não adianta ficar esperando pela boa vontade de um governo que cede a todas as pressões dos fazendeiros. Já ouvimos a resposta do governo federal às nossas reivindicações: Portaria 303, PEC 215, intervenção na Funai e orquestrações para paralisar processos de demarcação de terra.

Com apoio do governo, os fazendeiros estão se organizando cada vez mais. Enquanto escrevemos essa carta, muitos fazendeiros de todo Mato Grosso do Sul estão com suas caminhonetes forçando para entrar na ocupação. Jagunços e seguranças fortemente armados estão nos rondando e provocando. Se eles derramaram nosso sangue, a culpa é dos fazendeiros e do governo que não dá um basta nessa violência.

Dizemos aos fazendeiros e seus pistoleiros: também estamos organizados. Todos os povos do Mato Grosso do Sul estão juntos na mesma luta, e chamamos todos os patrícios e parentes para nos ajudar agora nesta luta pela vida. Por terra para todas as nossas crianças.

Queremos nossas terras livres e demarcadas. Vamos retomar nossas terras hectare por hectare. Já fomos baleados, presos, espancados e despejados muitas vezes. Mas aqui nós vamos ficar. Esta é nossa fala.

Terra Indígena Buriti, 17 de maio de 2013