“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante”
(Paulo Freire)
Reconhecido internacionalmente, Paulo Freire, o mais famoso educador brasileiro, criou em 1960 o método de alfabetização para adultos. Tinha a pretensão de alfabetizar 5 milhões de adultos mas, veio a ditadura militar e ele foi exilado do Brasil. Morreu de enfarte aos 75 anos.
O grande homem que levou o nome do Brasil para o mundo no campo da Educação Popular; nasceu em Pernambuco, em 19 de setembro 1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família mudou para a cidade de Jaboatão. Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.
No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.
A Rede de Educação Cidadã, não só do Estado do Ceará , mas de todo o Brasil, pauta suas ações na metodologia crítico-freiriana, com atividades formativas realizadas por meio da vivência teórico-metodológica (em círculos de Culturas que permitem a leitura do mundo, o aprofundamento teórico e a elaboração de estratégias de ação: a prática reflexiva) têm possibilitado a re-criação permanente do legado de Paulo Freire em espaços como oficinas, encontro intermunicipais, cursos processuais e contínuos de educação popular, grupos de estudos e de trabalho, intercâmbios, como também a participação em seminários, debates e campanhas.
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
Não poderíamos deixar de homenagear este ícone maior da nossa educação, que muito lutou para uma sociedade mais humana, viva, sem deminações, como também de compartilhar com todos e todas (educadores populares, sociasi, movimentos, militantes, ONG’s) que sonham e lutam pelo mesmo ideal de sociedade cearense, nordestina, brasileira, humana!
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”
Alguns ensinamentos de Paulo Freire:
“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes.”
"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda"
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.”
Obras do educador Paulo Freire:
• A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
• Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
• Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
• A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
• A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
• Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
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